Jornal Do Comércio
Marcas
Tenho certeza que uma empresa não gostaria de figurar entre as que têm seu pedido de marca rejeitado pelo INPI. Observe, o volume de rejeição chega a atingir 60% dos pedidos de registro de marcas solicitadas a cada ano. Sendo assim, uma empresa não pode fazer parte desta estatística. Ela deve sim, estar entre a minoria que tem sua marca concedida. Esta brutal discrepância ocorre basicamente porque não são cumpridos todos os requisitos exigidos pelo INPI e nem analisados de forma correta e estratégica as expressões que compõe a marca pretendida. Havendo erro inicial, é provável que a marca não chegue ao mercado devidamente protegida.
Não me canso de repetir que, “ninguém cria marca para registro, marca é criada para ganhar dinheiro”, mas isto só acontece se um trabalho de diagnóstico e de avançada busca pela proteção do seu negócio, for eficiente. É fundamental ter presente que só buscar o registro da marca não basta, é necessário ter certeza de que ele vai ser concedido. Para tanto é necessário que antes de iniciar a proteção da marca, se tenha a clareza e transparência das reais possibilidades de isto ocorrer, sob pena de o empresário correr sérios riscos mais adiante com danos financeiros às vezes imensuráveis.
Marca se perde mesmo quando está registrada. Por isto é fundamental que sua marca seja tutelada por quem tenha conhecimentos específicos para resguardar este valioso ativo. Ao contrário do que muitos pensam só o registro não afasta as incertezas, incômodos e possíveis ônus ao seu negócio. Hoje, planejar estrategicamente pode evitar problemas futuros e é imprescindível para que seja possível investir na construção e no fortalecimento da marca com tranqüilidade.
Se a marca não estiver bem protegida, seu usuário pode ser surpreendido por notificações e ações judiciais, e inclusive corre o risco de perdê-la, bem como todos os investimentos feitos em sua estrutura e divulgação. Com um Planejamento Estratégico para Proteção de Marcas bem estruturado, a gestão da marca será assegurada por especialistas, que lhe garantirão o controle e o acompanhamento de todo o processo burocrático antes e depois do registro. Isto inclui ativa atuação não só processual como mercadológica, evitando que a marca seja copiada ou utilizada sem prévia licença, provocando prejuízos e sem os justos rendimentos financeiros que devem ser gerados ao proprietário da mesma. Por fim, quero lembrar que este artigo foi elaborado levando-se em consideração 01 (uma!) marca. Imagine uma empresa que trabalha com dezenas delas. Pense nisto.
PAULO AFONSO PEREIRA – ESPECIALISTA EM PROPRIEDADE INTELECTUAL