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21.12.13 - ZERO HORA

ZERO HORA

Acordemos o gigante

Apesar dos dados divulgados recentemente pelo IBGE, elevando o  Rio Grande do Sul ao segundo lugar do País no ranking de empresas inovadoras ( Pesquisa de Inovação Tecnológica -  Pintec- ), a cultura da inovação ainda engatinha no País e em nosso Estado. Os números comprovam a afirmação, já que os percentuais de empresas inovadoras apresentaram queda em relação a  anos anteriores,  tanto em âmbito local quanto nacional.

Há, entretanto,  um longo caminho a percorrer para que o Brasil esteja inserido na economia do século XXI, que aposta no conhecimento, na inovação e na tecnologia. Com certeza o empresário hoje é mais inovador do que foi anos atrás. Porém, tratando-se de desenvolvimento industrial, esta inovação vem mais de fora do que de dentro do país. Ainda há forte tendência na área industrial de buscar tecnologia estrangeira para dar suporte às suas necessidades. Podemos dizer que as  patentes nacionais ainda não são objeto de desejo das empresas. Como reflexo disto, o  Brasil tem baixo registro de patentes, um forte indicador de competitividade nos dias atuais.

Em contrapartida, a produção científica brasileira cresce significativamente. O Brasil representa hoje 2% da produção mundial de artigos científicos e ocupa a 13ª posição do ranking de países que mais publicam materiais no gênero. Mas o país encontra grande dificuldade em  converter o aprendizado acadêmico em dinheiro. Para que isto aconteça é  preciso um esforço concentrado no sentido de unir  pesquisadores, cientistas, acadêmicos e empresas  e zelar pela sua sinergia.Outra condição essencial para que o País rume  em direção à  economia do conhecimento é  o desenvolvimento da  cultura do patenteamento, sem a qual a invenção ficará fechada em si mesma, impedida de gerar  negócios e benefícios para a sociedade.

Nosso imenso potencial de águas e matas, nossa imensidão de riquezas naturais não  podem ser fatores de acomodação. Façamos o dever de casa. Acordemos o gigante. Vamos investir na economia do conhecimento, esta não beneficiada pela natureza.  Talvez aí possamos confirmar para o mundo que já somos o país do presente.

Paulo Afonso Pereira

Economista – ex presidente do INPI